De vez em quando eu gostaria de sumir. De vez em quando eu
gostaria de caminhar sem rumo, pegar um ônibus e partir. Partir para um lugar
que nem o atlas conseguiria reconhecer. De vez em quando seria interessante se
eu me tornasse um desconhecido no grupo social do qual eu participo. Não mais
do que de vez em quando eu gostaria de não me importar. Mas de repente, não
mais do que de repente percebo que tudo o que estou escrevendo e pensando é
ilusão. Mentira, tudo mentira. A vida é
uma passagem estreita e escura, não sei se isso faz sentido. Eu vivo, vou
vivendo. Com algumas ressacas sentimentais, desentendimentos fraternos e
desamores vou caminhando com as costas arqueadas de tanto peso. Se sentir forte é sinal de fraqueza. E neste momento, ter algo é a mesma coisa que não ter nada. Com medo,
sempre com medo, porém destemido olho para o céu e vejo que de repente, não
mais que de repente sei que meus olhos ainda conseguem brilhar ao ver um mar
que não tem água.
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