sexta-feira, 29 de março de 2013

Não sei o que é autobiografia


  Vejo-me parado a pensar e tenho uma conclusão: não irei dizer como minha vida foi bela e rica de lembranças boas, mas também não serei um pessimista em pessoa e contar que não acrescento em nada ao mundo. Todos os pensamentos que faço sobre mim só levam a dúvida. Questiono minhas vivências, mas percebo que é impossível de fazer algo assim porque elas são mutáveis. Não gosto de pensar que lembranças são fatos que depois de somados tornam-se eu, o que acho é que são agregações falsas com intuito apenas de sanar as saudades.
  Desculpem-me, mas não tenho como fazer um julgamento sobre mim se o que eu tenho como provas ( lembranças) são farsas. O mais engraçado é que fui eu quem criou essas mentiras e não tem mais como retornar ao que foi verdadeiro um dia. A memória é algo inconstante e mutável.
  Duvido de mim mesmo, assim como duvido do mundo e das pessoas. Algumas passaram por mim e descobri que não se pode confiar nelas, mas que também não se pode viver sem suas traições. Não pensem que odeio pessoas, as amo e as conheço bem e por isso que é necessária certa desconfiança.
  Não sei o que o mundo quer de mim e o que eu posso lhe dar em troca. É angustiante ter dúvidas, não saber quem eu era ou o que irei ser. Minha vida foi constituída de dúvidas, minha mãe quando estava grávida não sabia se eu nasceria menino ou menina.
  Eu bem que poderia colocar aqui muitas qualidades e defeitos meus e preencher com uma história de infância, mas não me sentiria bem escrevendo desse jeito. Sinto que isso não é uma autobiografia, é uma crise existencial.   

quinta-feira, 21 de março de 2013

O que será?

Não vou falar de minhas platonices e de dores de uma semana. Só lhes conto que não quero dormir...

quarta-feira, 20 de março de 2013

Fraseando

Queria eu saber o que torna as pessoas amáveis. Queria também saber como se ama amando. E por fim queria amar sendo amado, mas não é esse amor banal que existe entre os seres. Queria o amor de alma... aquele que depois de dois ou três anos se desgasta e os espíritos se vão ou o amor que evoluí para a eternidade dos abraços e olhares codificados que apenas os espectros em relação saberiam. O que posso fazer é aguardar, pois quem tem medo não tem pernas. Sinto que nunca ganharei um par de pernas e também nunca terei algo a que somar. Mas, fico a esperança de que um dia um olhar se cruze ao meu e a eternidade apareça como uma amiga.

domingo, 10 de março de 2013

Ego


O tédio sonolento me leva à TV
lugar de pura bobagem e nojo, lugar
da não reflexão. 
Onde muitos pensam que a cultura ali se aloja
e por pequenos momentos estão certos.

Não quero ficar falando o que poucos sabem, o que alguns (assim como eu)
tentam saber e o que muitos outros ignoram.
Quero falar sobre o que o Mundo nos trás e
o que ele quer em troca.

Talvez seja algo simples ou, para os egoístas,
extremamente complicado e doloroso.
Não digo que sou puro altruísmo, quem sabe eu seja justo (ou injusto?).
Só sou um rapaz que escreve por que está com tédio.
É, acho que sou egoísta.

Com reflexões de si para si e um computador nas mãos
o Mundo lá fora gira e a chuva caí com a sua calmaria nada paulistana.

O Ego e as palavras que são suas filhas talvez não existam
e eu estou escrevendo essa poesia para alguém.
Mas, por hora digamos que sou o Ego, pai de filhas
amarguradas e mimadas.
Afonso  Alves Costa